Uma aula evocando assombrações, magia e causos cômicos revelou hoje (11), no Cine Teatro Municipal Vereador Paulo Barbosa da Silva, parte do legado do maior folclorista brasileiro, Luís da Câmara Cascudo, conduzida por ninguém menos que a sua neta, Daliana Cascudo, convidada de honra da Fundação Parnamirim de Cultura - FUNPAC, por meio do seu Núcleo de Dança.

Daliana Cascudo coordena o Ludovicus - Instituto Câmara Cascudo, que foi a casa na qual ela cresceu, convivendo diariamente com o seu avô até 1986, ano da morte do folclorista. A casa havia sido comprada por Câmara Cascudo do seu sogro. 

De acordo com o Presidente da FUNPAC, Haroldo Gomes, o evento realizado hoje no Cine Teatro é parte das atrações que estão preparando o público para o grande espetáculo “O Tapete Mágico de Câmara Cascudo”, previsto para dezembro.

A conversa com Daliana Cascudo girou em torno de lendas, mitos e superstições, no lastro da obra folclórica deixada por Cascudo, seu olhar poético sobre o sertão, os vaqueiros e cantadores da história potiguar.

“Foi um susto quando percebi que meu avô, aquela pessoa tão simples, era um ser humano tão grande, tão homenageado”, conta Daliana Cascudo, em referência ao antropólogo, historiador, jornalista e advogado que dá nome a museu, instituto, memorial, bibliotecas, lojas, ruas e avenidas em todo o Brasil.

O convite para a aula foi dirigido às 348 alunas do ballet e seus familiares. Anacildo Lopes, soteropolitano, pai de Júlia, 5 anos, aluna do ballet infantil, e Alice, 3 anos, aceitou com alegria, o convite para conhecer melhor Cascudo.

“É uma oportunidade preciosa de conhecer a memória de alguém tão ilustre, sempre tive essa curiosidade. E a história de Câmara Cascudo é incrível e muito recente”, disse Anacildo Lopes.

Daliana Cascudo recebeu flores em gratidão por sua presença, uma homenagem do Núcleo de Dança da Funpac, por meio das mãos de Dona Maria, avó de Anne Vitória, aluna do ballet infantil. “Desde criança ouvimos falar de Cascudo e suas histórias. É muito bom estar aqui”, disse a avó, emocionada.

O público presente pôde ver em Daliana Cascudo, uma neta apaixonada pela memória do seu avô, contando relatos íntimos e corriqueiros, de um jeito simples e generoso . “A maioria das pesquisas de Cascudo vieram de suas vivências e da própria tradição oral. Aprendemos muito com ele”, disse a neta do grande folclorista.

A programação ainda teve o brilho da apresentação de uma dança de coco pelo grupo Xaxado da Funpac e a abertura da exposição Câmara Cascudo, instalada no foyeur do Cine Teatro, até a próxima sexta-feira (15).